Você sabe por que a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco

Você sabe por que a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco?

Agora você tem mais um motivo para ir para a terra da bota. Acontece que o país lidera o ranking de mais locais tombados. Quer descobrir por que a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco? Confira!

Nos seus quase 300 mil quilômetros quadrados de área, a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco que foi considerado o país com mais locais tombados como Patrimônios da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ou seja, um dos títulos mais cobiçados do mundo! 

A Itália tem tantos Patrimônios da Unesco que somando todos eles contabilizam 58 cidades de norte a sul, sendo divididos em parques, construções e monumentos.

Agora, em julho de 2021, o país conquistou mais três desses títulos: Ciclos de afrescos do século 14, em Pádua; também a estância termal de Montecatini Terme, na Toscana; e por fim os Pórticos de Bolonha. Esse fato fez a Itália desempatar com a China e liderar o ranking, pois até então cada um deles possuía 55 monumentos. 

 

Agora que você já sabe que a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco, que tal descobrir quais são eles?

São monumentos símbolos da história da humanidade que estão divididos entre sítios arqueológicos, jardins, complexos, fortalezas e montanhas.

* Arte Rupestre do Val Camonica (1979)

* Igreja e Convento Dominicano de Santa Maria delle Grazie (1980)

* Centro Histórico de Roma –  Propriedades da Santa Sé e Basílica de São Paulo Extramuros (1980, 1990)

* Centro Histórico de Florença (1982)

* Piazza del Duomo, Pisa (1987)

* Veneza e sua Lagoa (1987)

* Centro Histórico de San Gimignano (1990)

* Sassi di Matera (1993)

* Cidade de Vicenza e Villas de Palladio no Veneto (1994 / 1996)

* Centro Histórico de Siena (1995)

* Centro Histórico de Nápoles (1995)

* Crespi d’Adda (1995)

* Ferrara – Cidade do Renascimento e o seu Delta do Pó (1995 / 1999)

* Castel del Monte (1996)

* Centro Histórico da Cidade de Pienza (1996)

* Trulli de Alberobello (1996)

* Monumentos Paleocristãos de Ravena (1996)

* Catedral, Torre Civica e Piazza Grande, Módena (1997)

* Costa Amalfitana (1997)

* Jardim Botânico de Pádua (1997)

* Palácio Real do Século XVIII de Caserta com o Parque, o Aqueduto de Vanvitelli e o Conjunto de San Leucio (1997)

* Portovenere, Cinque Terre e as Ilhas (Palmaria, Tino e Tinetto) (1997)

* Residências da Casa de Saboia (1997)

* Su Nuraxi de Barumini (1997)

* Villa Romana de Casale (1997)

* Zona Arqueológica de Agrigento (1997)

* Zonas Arqueológicas de Pompeia, Herculano e Torre Annunziata (1997)

* Parque Nacional do Cilento e do Vale de Diano (1998)

* Zona Arqueológica e Basílica Patriarcal de Aquileia (1998)

* Villa Adriana (1999)

* Assis, Basílica de São Francisco e outros Sítios Franciscanos (2000)

* Ilhas Eólias (2000)

* Cidade de Verona (2000)

* Villa d’Este (2001)

* Cidades do Barroco Tardio do Val di Noto (2002)

* Sacri Monti do Piemonte e da Lombardia (2003)

* Necrópoles Etruscas de Cerveteri e Tarquinia (2004)

* Val d’Orcia (2004)

* Siracusa e a Necrópole Rochosa de Pantalica (2005)

* Genova: Le Strade Nuove e o sistema dos Palazzi dei Rolli (2006)

* Mântua e Sabbioneta (2008)

* Caminho-de-ferro Récio na Paisagem da Albula e da Bernina (2008)

* Dolomitas (2009)

* Longobardos na Itália. Locais do poder (568-774 d.C.) (2011)

* Sítios palafíticos pré-históricos em redor dos Alpes (2011)

* Monte Etna (2013)

* Vilas e Jardins dos Médici na Toscana (2013)

* Construções Venezianas Defensivas (2017)

* Floresta Umbra (2017)

* Ivrea, cidade industrial do século 20 (2018)



 

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Qual a opinião dos especialistas sobre o fato da Itália ter tantos Patrimônios da Unesco?

Para a diretora de Marketing e Promoção da Agência Nacional Italiana do Turismo (Enit), Maria Elena Rossi, a quantidade de locais reconhecidos pela Unesco “amplifica a singularidade” do país, com tanta história e cultura entrelaçadas. 

“O fato de 60% [dos locais] serem acessíveis por trens regionais faz ainda com que o turismo slow seja apreciado e valorizado. Os sítios estão distribuídos por todo o território nacional, e é inegável o potencial de crescimento para cada região. É uma oportunidade para o desenvolvimento do turismo e para a ressonância do ‘made in Italy’ no mundo”, diz Rossi em entrevista à ANSA. A diretora da Enit, no entanto, descarta uma competição com a China e afirma que os cidadãos do país asiático estão entre os principais turistas estrangeiros na Itália. Segundo ela, já estão previstas “parcerias entre os sítios Unesco italianos e chineses, na perspectiva de potencializar as relações bilaterais culturais”.

 

 

Mas por que a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco?

Em entrevista à ANSA, o chefe da Unidade de Nomeações do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, Alessandro Balsamo, explica que diversos fatores fazem a Itália ter tantos locais reconhecidos, incluindo uma certa experiência em montar candidaturas viáveis. “Há muitos fatores diferentes: a capacidade de produzir nomeações de qualidade e de ter expertise para isso; uma tradição longa de proteção, conservação e gerenciamento de uma herança; mas também o apoio político e financeiro e o envolvimento ativo de expoentes locais”, ressalta Balsamo.

No caso da Itália, por exemplo, o primeiro sítio reconhecido foi a “Arte Rupestre do Vale Camonica”, em 1979. Desde então, o maior período sem tombamentos foi entre 1982 e 1987. Fora isso, há reconhecimentos quase anuais para o país, com o recorde de 10 de uma só vez em 1997.

“Além de Itália e China, esses elementos são comuns em países como Espanha, Alemanha, França, Índia, México e alguns outros. Não é coincidência que os 15 países com a maior quantidade de propriedades na lista representam 46% de todas as inscrições”, destaca Balsamo.

 

 

Você sabe como um local é reconhecido pela Unesco?

O reconhecimento da Unesco a uma determinada localidade é complexo e lento, e a candidatura precisa passar por uma série de etapas, o que pode demorar anos.

De acordo com o chefe da Unidade de Nomeações do Centro do Patrimônio Mundial da Unesco, apenas países signatários da convenção da entidade e comprometidos com a proteção de sua “herança natural e cultural” podem abrir candidaturas.

“O primeiro passo é fazer um ‘inventário’ sobre a importância natural e cultural dos locais dentro de suas fronteiras. Esse ‘inventário’ é chamado de Lista de Tentativa, fornece uma previsão das localidades que um Estado-membro pode apresentar para inscrição nos próximos cinco a 10 anos e pode ser atualizado a qualquer momento”, explica Balsamo.

Após esta etapa, os governos decidem quando vão formalizar a candidatura. O representante afirma que a Unesco fornece consultoria em cada passo do processo, desde a preparação até o texto final, um trabalho que exige “especialistas em diferentes disciplinas”.

Após sua conclusão, o documento é submetido ao Centro do Patrimônio Mundial. Segundo Balsamo, não há um “prazo padrão” a partir do início do processo. No entanto, assim que o dossiê é submetido formalmente, o Centro do Patrimônio Mundial tem até 16 meses para enviá-lo à sessão anual do comitê responsável pelos tombamentos.

Cada candidatura é avaliada de maneira independente por dois órgãos: o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) e a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), que encaminham suas avaliações para o Comitê do Patrimônio Mundial.

“Para ser incluídos na lista do Patrimônio Mundial, os bens indicados devem ter ‘Valor Universal Excepcional’ e atender a pelo menos um entre 10 critérios de seleção, seis dos quais são para bens culturais e quatro para bens naturais”, acrescenta Balsamo, ressaltando que o local precisa ter “um significado internacional”, e não apenas se encaixar em valores nacionais ou da região onde está.

A classificação da Unesco prevê que um local pode ser considerado Patrimônio Cultural, Natural ou Misto. No último caso, o reconhecimento ocorre quando o sítio “satisfaz uma parte ou todas as definições da classificação cultural e da natural”.

“Em outras palavras, uma propriedade mista ocorre quando valores culturais e naturais excepcionais não estão apenas presentes dentro das mesmas fronteiras territoriais, mas também estão intrinsecamente ligados. Essa ligação estreita pode ser difícil de demonstrar, e isso explica por que apenas 3,4% dos bens inscritos na lista do Patrimônio Mundial são mistos”, destaca o representante da Unesco.

 

Agora que você já sabe que a Itália tem tantos Patrimônios da Unesco, conta aqui para a gente, nos comentários, se você já está pronto para fazer uma viagem até o país e em qual desses lugares será a sua primeira visita!

 

Com informações de: istoe.com.br; google.com; brazil.shafaqna.com; italiana.blog.br

 

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